A tecnologia nos permite estar constantemente conectados ao mundo, mas também pode tornar-nos ainda mais desconectados uns dos outros.
Este tema vem sendo objeto de estudo de muitos pesquisadores no mundo todo, que relatam ocorrências de casais separando-se e amigos distanciando-se graças aos seus smartphones. Na Índia por exemplo, estes dados demonstram que cada vez mais os casais separam-se no primeiro ano de casamento por culpa do celular.
Celulares destruindo relacionamentos: as causas do problema
A vida sexual começa com a intimidade, e o smartphone está silenciosamente deteriorando-a.
Todo mundo já presenciou ou viveu uma cena em que falamos com uma pessoa que está entretida com o celular, balançando a cabeça diversas vezes afirmando que está te ouvindo, mas obviamente ela está com a atenção em outro lugar. Segundo Paul Levy, colaborador do site dailymail, este comportamento está se tornando cada vez mais comum entre os casais, e ele alerta para o perigo da tecnologia ir lentamente destruindo a vida sexual dos parceiros.
Levy descreve este comportamento entre casais como “contentamento miserável”, no qual as pessoas passam noites assistindo TV e verificando constantemente o telefone sem se falarem, “É agradável, mas não é realizável”, ele diz. E acrescenta “quanto mais recorremos a intimidade digital, menos fluente se torna a intimidade real”.
Para Levy, os casais vão se distanciando à medida que o smartphone começa a ocupar a cena depois do “boa noite” e quando os parceiros começam a achar a vida nas redes sociais mais emocionante do que a relação.
Elisabeth Mandel, especialista em relacionamentos e sexo em Nova York, diz em uma entrevista ao site stylecaster que a relação que as pessoas desenvolvem com seus telefones é tão poderosa que prejudica realmente a vida sexual dos casais. Segundo ela, “o telefone torna-se uma droga, como uma desculpa fácil para as pessoas escaparem de uma conversa”. Um estudo recente nos EUA, concluiu que três entre cinco usuários de smartphones não conseguem passar mais de uma hora sem verificar suas notificações.
Para o colaborador da CNN, Ian Kerner, além do perigo de minar o relacionamento, os smartphones permitem às pessoas se conectarem com amigos, colegas de trabalho, e até mesmo ex-relacionamentos, promovendo uma sensação imediata e intensa de intimidade e que pode levar algumas pessoas a romantizarem essas conexões. E ele diz que “Na melhor das hipóteses, você está dando a sua energia para essas distrações digitais, e não ao seu parceiro. Na pior, você poderia estar preparando o palco para a infidelidade emocional”. E sugere o uso de aplicativos específicos para os casais (veja nas dicas), evitando assim a exposição aos ex “curiosos”.
Os especialistas são unânimes ao darem suas dicas para evitar que o mal estar causado pelo excesso de conectividade atinja as relações e a vida sexual de seus usuários. Eles não proíbem o uso dos dispositivos, apenas indicam uma reeducação. Entre elas destacam-se as seguintes:
- Em casa, deixar o smartphone em uma gaveta ou bolsa, e se puder, ficar sem verificar seus e-mails por pelo menos uma ou duas horas;
- Deixar os smartphones e tablets longe do quarto do casal e da mesa de refeição;
- Usar um despertador que não seja o telefone.
No entanto, estes mesmos especialistas entendem que a tecnologia de conectividade quando usada adequadamente à favor da relação, pode ser muito útil aos casais que estão distantes e podem até ajudar a melhorar a vida sexual. Veja as dicas:
- No quarto, o smartphone está liberado quando o casal quiser tirar uma selfie sexy ou para assistir a algum entretenimento adulto;
- Mandar mensagens picantes, descrevendo uma fantasia ou os planos para a noite, por exemplo;
- Usar aplicativos para casais do tipo Between e similares, nos quais se pode compartilhar fotos e textos com mais privacidade.
Selfie erótica? Pode.
- No quarto, o smartphone está liberado quando o casal quiser tirar uma selfie sexy ou para assistir a algum entretenimento adulto;
- Mandar mensagens picantes, descrevendo uma fantasia ou os planos para a noite, por exemplo;
- Usar aplicativos para casais do tipo Between e similares, nos quais se pode compartilhar fotos e textos com mais privacidade.
E vão um pouco mais além, ao lembrarem que quando o casal estiver com os amigos, deixarem o celular no “modo avião” e permitir que ocorra pelo menos 20 minutos de comunicação sem interrupção.
PS: I LOVE YOU
Levy, que foi um “viciado” em smartphone e por isso resolveu estudar a vida dos casais, sugere ainda que, quando seu parceiro enviar um texto dizendo “eu te amo”, que você feche os olhos e sinta de verdade este amor, e quando você enviar uma mensagem com um :* (beijo), certificar-se de dá-lo na vida real ao chegar em casa. Ahh, o amor é lindo!
Estamos transando menos por causa do celular?
Nos últimos anos, diversos estudos vêm afirmando que estamos fazendo menos sexo do que nas décadas anteriores, e que as grandes culpadas por este fenômeno podem ser as nossas inseparáveis telas.
Um estudo recente publicado na revista Archives of Sexual Behavior apresenta dados que apontam nesta direção, e busca justificativas para este triste declínio.
Nos últimos anos, diversos estudos vêm afirmando que estamos fazendo menos sexo do que nas décadas anteriores, e que as grandes culpadas por este fenômeno podem ser as nossas inseparáveis telas.
Um estudo recente publicado na revista Archives of Sexual Behavior apresenta dados que apontam nesta direção, e busca justificativas para este triste declínio.
O estudo
Isto significa que, na década de 1990, os americanos geralmente faziam sexo de 60 a 65 vezes por ano. Mas, atualmente este número caiu para 53, em média.
“Nós identificamos duas razões principais para o declínio”, disse o autor do estudo, Jean Twenge, professor de psicologia da Universidade Estadual de San Diego e autor do livro Generation Me. “Menos pessoas têm parceiros estáveis e as que têm parceiros estáveis estão tendo relações sexuais com menos frequência”.
No entanto, o dado positivo do estudo mostra que as pessoas com mais de 70 anos fizeram mais sexo em 2014 do que em 1989.
Casados e solteiros sofrem o impacto
O declínio na quantidade de relações sexuais tem atingido pessoas de todas as idades, gêneros, etnia, tipos de relacionamento e países.
Porém, um dos grupos parece ter sofrido mais com o declínio: os casados. Isso porque as pessoa casadas, geralmente, fazem mais sexo do que as solteiras (que além do acesso mais fácil, possuem uma relação estável).
No entanto, o estudo identificou que esta “vantagem sexual” dos casados também está sofrendo um declínio e que as pessoas casadas tiveram, em média, 56 relações sexuais por ano em 2014. Nove a menos do que em 1989, quando a média era 67.
O estudo identificou também, que mais pessoas têm permanecido solteiras durante os 20 anos de idade. Portanto, estão fazendo menos sexo, pois não têm parceiros estáveis.
A porcentagem de americanos entre 18 e 29 anos que não vivem com um parceiro (casado ou solteiro) aumentou de 48% em 2005 para 64% em 2014.
As causas do declínio
Não estão totalmente claras as causas deste declínio na atividade sexual das pessoas adultas, mas outro estudo dos mesmos autores aponta para os possíveis culpados, que podem estar relacionados às mudanças culturais que aconteceram nos últimos 20 anos, entre elas destacam-se as mídias sociais e o streaming de vídeo.
Resumidamente, as pessoas podem estar fazendo menos sexo porque estão passando mais tempo com as telas, no Facebook ou assistindo Netflix por exemplo.
De acordo com outra pesquisa publicada este mês no American Journal Of Preventive Medicine, esta mudança de hábito passou a ocorrer desde 2008, com a presença dos smartphones.
De acordo com este outro estudo, os adultos de 19 a 31 anos, que frequentemente usavam as mídias sociais, tornaram-se mais propensos a sentirem-se socialmente mais isolados do que seus colegas que usavam menos estas mídias.
Outra pesquisa de 2013, a Harris Interactive, nome da startup Jumio, descobriu que 12% das pessoas achavam que seu smartphone interferia no relacionamento. E nesta mesma pesquisa, cerca de 20% dos usuários de smartphones adultos jovens, entre 18 e 34 anos, e cerca de 10% dos adultos mais velhos, relataram que já usaram seus smartphones durante o sexo.
Devemos nos preocupar?
Apesar dos números gerais das pesquisas não serem tão assustadores, é importante ficarmos atentos aos dados e principalmente ao nosso comportamento.
Os mais diferentes estudos têm indicado que além do desenvolvimento emocional e afetivo, uma vida sexual ativa pode tornar-nos mais felizes e mais engajados no trabalho.
Além do aumento da produtividade no trabalho, uma vida sexual feliz e ativa traz muitas vantagens para a saúde e muitos benefícios para o corpo, como a diminuição do risco de ataques cardíacos e do câncer, entre outros.
Os mais diferentes estudos têm indicado que além do desenvolvimento emocional e afetivo, uma vida sexual ativa pode tornar-nos mais felizes e mais engajados no trabalho.
Além do aumento da produtividade no trabalho, uma vida sexual feliz e ativa traz muitas vantagens para a saúde e muitos benefícios para o corpo, como a diminuição do risco de ataques cardíacos e do câncer, entre outros.
E você, já sentiu que o celular está prejudicando seu namoro ou casamento? O que faz para evitar esse problema? Conte aí nos comentários!